segunda-feira, abril 30, 2007
.amanhecer
Amanheci em ti
Ensolarada em nós
Perdi os ditos
Reli os não ditos
E em lugar algum cheguei.
Então voltei,
Retomei as meadas,
Marquei novos passos
E em novos ciclos
Vaguei.
Gotas:
Aline
domingo, abril 29, 2007
INGLÓRIA
é simpesmente dor
e sem origem clara
ímpeto livre de rubor
nítido pesar na cara
fugidios olhos, falsa sonolência
arregalo de ardor
úmida ardência
frio ar de não supor
nem clip musical da vã memória
ou edição de fatos à contemporânea
nada explica o mal da hora inglória:
a dor, a dor, a dor é momentânea?
e sem origem clara
ímpeto livre de rubor
nítido pesar na cara
fugidios olhos, falsa sonolência
arregalo de ardor
úmida ardência
frio ar de não supor
nem clip musical da vã memória
ou edição de fatos à contemporânea
nada explica o mal da hora inglória:
a dor, a dor, a dor é momentânea?
Gotas:
Leandro
sábado, abril 28, 2007
MEA CULPA
Desculpem a falta de tempo
mas existem tempos
em que o tempo é artigo caro
em que o tempo é artigo de luxo
e há tempos tento lapidá-lo
mas ele se recusa
continua
em estado bruto.
Desculpem a falta de jeito
mas não tem jeito
há dias em que o tempo é canal estreito
e rarefeito
falta como ar nos pulmões.
Há dia em que só existem senões.
Desculpem a falta de cuidado
mas é claro
que ainda amo cada um
e se não os visito um a um
ou se aqui falto
não é por falta de tato
mas sim por incompetência
de manejar meu tempo.
Sou péssimo em gerência.
Desculpem o adiantado da hora
(sei que o ontem
não vira nunca hoje
por mais que se queira)
mas deixo aqui essas linhas tortas
abraços e beijos
e uma risadinha brejeira.
Desculpem a falta de post
e essa pequena brincadeira.
mas existem tempos
em que o tempo é artigo caro
em que o tempo é artigo de luxo
e há tempos tento lapidá-lo
mas ele se recusa
continua
em estado bruto.
Desculpem a falta de jeito
mas não tem jeito
há dias em que o tempo é canal estreito
e rarefeito
falta como ar nos pulmões.
Há dia em que só existem senões.
Desculpem a falta de cuidado
mas é claro
que ainda amo cada um
e se não os visito um a um
ou se aqui falto
não é por falta de tato
mas sim por incompetência
de manejar meu tempo.
Sou péssimo em gerência.
Desculpem o adiantado da hora
(sei que o ontem
não vira nunca hoje
por mais que se queira)
mas deixo aqui essas linhas tortas
abraços e beijos
e uma risadinha brejeira.
Desculpem a falta de post
e essa pequena brincadeira.
Gotas:
Moacir
quinta-feira, abril 26, 2007
Poema suicida de outono
Ah, folhinha...
Se fosse no vácuo,
chegaríamos juntos...
Se fosse no vácuo,
chegaríamos juntos...
Gotas:
JF de Souza
quarta-feira, abril 25, 2007
eu sou essa
que transpira
a felicidade
enquanto você
sussurra desejos
e diz que morreu
de saudade...
que transpira
a felicidade
enquanto você
sussurra desejos
e diz que morreu
de saudade...
Gotas:
Nanna
terça-feira, abril 24, 2007
segunda-feira, abril 23, 2007
.instante
Sou
Papel amassado
Jogado em sarjeta
Ensopada de chuva fresca
Aos poucos me desfaço
Em pequenos pedaços, memória,
Onde se lê dispersas palavras
De um passado incerto.
Apenas
Existi ali
Enquanto me desfiz
instante.
Papel amassado
Jogado em sarjeta
Ensopada de chuva fresca
Aos poucos me desfaço
Em pequenos pedaços, memória,
Onde se lê dispersas palavras
De um passado incerto.
Apenas
Existi ali
Enquanto me desfiz
instante.
Gotas:
Aline
domingo, abril 22, 2007
NADA NOVO
Que não me dê nada novo o tempo,
cansei da perda,
nem sirvo à oferenda.
Ou que me dê poemas,
não só de dor
e, se tal, amenas.
Ou se de amor,
sutis, sutis apenas,
hoje a paz é meu torpor.
cansei da perda,
nem sirvo à oferenda.
Ou que me dê poemas,
não só de dor
e, se tal, amenas.
Ou se de amor,
sutis, sutis apenas,
hoje a paz é meu torpor.
Gotas:
Leandro
sábado, abril 21, 2007
Melhor
Melhor
nem escrever sobre isso.
Melhor não fazer disso um poema.
Mudar de tema.
Deixar de teima.
Deixar passar o tempo.
Deixar esgotarem-se os lamentos
e a chuva estiar dentro de mim.
Melhor
fingir que não aconteceu nada.
Melhor pegar a estrada
e entregar-me à neblina.
Deixar de rima.
Mudar de ramo.
Mudar o rumo.
Melhor guardar o resumo
e não escrever o final.
Melhor deixar passar o carnaval.
Melhor deixar queimar
e renascer das cinzas, afinal.
Melhor deixar as reticências
e suprimir o ponto final.
nem escrever sobre isso.
Melhor não fazer disso um poema.
Mudar de tema.
Deixar de teima.
Deixar passar o tempo.
Deixar esgotarem-se os lamentos
e a chuva estiar dentro de mim.
Melhor
fingir que não aconteceu nada.
Melhor pegar a estrada
e entregar-me à neblina.
Deixar de rima.
Mudar de ramo.
Mudar o rumo.
Melhor guardar o resumo
e não escrever o final.
Melhor deixar passar o carnaval.
Melhor deixar queimar
e renascer das cinzas, afinal.
Melhor deixar as reticências
e suprimir o ponto final.
Gotas:
Moacir
quinta-feira, abril 19, 2007
É brincadeira...
É brincadeira!
Larga mão de ser bobo!
Tem que levar na esportiva!
Afinal, o povo brasileiro
Leva tudo na esportiva
Povo brincalhão
Por definição
Esquenta não, cara!
É brincadeira!
A gente ri da sua cara
Porque é engraçado!
Você fica bravo
Se sente humilhado
Faz cara de coitado
De desgraçado!
Se eu ficasse bravo com
Todo mundo que viesse
Rir da minha cara
Me humilhar
Me sacanear
Me desgraçar
...
Como eu dizia...
Se eu ficasse bravo
Com todo mundo que viesse
Brincar comigo...
Meu... Eu tava ferrado!
Eu seria infeliz!
Não pode ser assim!
É brincadeira!
Tem mais é que levar na esportiva!
A gente tem mais é que tirar um barato
Se divertir!
Mesmo em meio à desgraça
Mesmo em meio à humilhação
Mesmo em meio à podridão
É isso que faz desse povo
Um povo submisso
Diante de quem nos pisa!
É isso que nos faz
Esse povo
Tão gentil e hospitaleiro
Tão humilde e acolhedor...
Tem mais é que levar na esportiva
Se você for esquentar com
Essas brincadeiras
Meu... Você tá ferrado!
Vai sofrer a vida inteira!
Aprenda a levar na esportiva!
É brincadeira!
Gotas:
JF de Souza
quarta-feira, abril 18, 2007
[felicidade é
respirar paciência,
alimentar-se de emoções,
e viver eternos sonhos]
respirar paciência,
alimentar-se de emoções,
e viver eternos sonhos]
Gotas:
Nanna
terça-feira, abril 17, 2007
segunda-feira, abril 16, 2007
.verbo
Tenho a alma velha
E a cada dia percebo
Que morro um pouquinho mais...
Meu leito é quente
Tenho o abraço moreno
E a lágrima de saudade
Que me adormece todos os dias.
No amanhã
Minha secreta morada
E na labuta
A certeza do que não quero ser.
Quero cercar-me de palavra viva
E nascer em outra realidade.
Embarcar em um sorriso
Aventurar-me em nova canção.
Meu tempo é ontem
E de passado eu vivo.
O hoje se fez refúgio.
E a cada dia percebo
Que morro um pouquinho mais...
Meu leito é quente
Tenho o abraço moreno
E a lágrima de saudade
Que me adormece todos os dias.
No amanhã
Minha secreta morada
E na labuta
A certeza do que não quero ser.
Quero cercar-me de palavra viva
E nascer em outra realidade.
Embarcar em um sorriso
Aventurar-me em nova canção.
Meu tempo é ontem
E de passado eu vivo.
O hoje se fez refúgio.
Gotas:
Aline
domingo, abril 15, 2007
ORLIANAS
1.
Sigo parado
a mirar a vida
no contraste
azul-verde
de um belo dia de sol
em plena terça-feira
no trânsito do rio
de janeiro.
2.
Me apresso lento
a fitar o breu
opaco e
eu me vidro
no fedido túnel de gás
carbônico, é o ar
a caminho do mar
de concreto.
Sigo parado
a mirar a vida
no contraste
azul-verde
de um belo dia de sol
em plena terça-feira
no trânsito do rio
de janeiro.
2.
Me apresso lento
a fitar o breu
opaco e
eu me vidro
no fedido túnel de gás
carbônico, é o ar
a caminho do mar
de concreto.
Gotas:
Leandro
sábado, abril 14, 2007
você vê mas não enxerga
ouve e não escuta
fala e nada diz
toca mas não sente
brilha mas não reluz
vive e não é feliz
uma vida sem aventura
água mole sem pedra dura
ferida sem cicatriz
quase sofre quase esquece
quase chora quase cresce
está sempre por um triz
lhe falta a força motriz
e eu, que sou seu amigo
lhe desejo o perigo
lhe desejo muita dor
muito amor e muita alegria
lhe desejo poesia
lhe desejo sentimento, antes de tudo
pra que sua vida encontre meu mundo.
ouve e não escuta
fala e nada diz
toca mas não sente
brilha mas não reluz
vive e não é feliz
uma vida sem aventura
água mole sem pedra dura
ferida sem cicatriz
quase sofre quase esquece
quase chora quase cresce
está sempre por um triz
lhe falta a força motriz
e eu, que sou seu amigo
lhe desejo o perigo
lhe desejo muita dor
muito amor e muita alegria
lhe desejo poesia
lhe desejo sentimento, antes de tudo
pra que sua vida encontre meu mundo.
Gotas:
Moacir
quinta-feira, abril 12, 2007
Atrasadíssimo
Já passou da data...
Será que ainda consigo?
Se eu trocar uma idéia com o maioral do negòcio, de repente...
Posso procurar alguém que me coloque em contato com ele,
que facilite as coisas...
Bom, vou tentar...
Tenho de superar meu medo,
me atrever
e ir lá, pedir!
Foda-se que eu tenha atrasado!
Se bem que...
Quatro dias é muito atraso, cara...
Teria de ser muito bom negociador, eu acho...
Bom... Vou tentar como sempre...
Com humildade...
Acho melhor eu ensaiar um pouco...
Como é que eu peço isso?
Sei que a Páscoa já passou faz quatro dias,
mas...
EU QUERO RESSUSCITAR!!!
Será que ainda consigo?
Se eu trocar uma idéia com o maioral do negòcio, de repente...
Posso procurar alguém que me coloque em contato com ele,
que facilite as coisas...
Bom, vou tentar...
Tenho de superar meu medo,
me atrever
e ir lá, pedir!
Foda-se que eu tenha atrasado!
Se bem que...
Quatro dias é muito atraso, cara...
Teria de ser muito bom negociador, eu acho...
Bom... Vou tentar como sempre...
Com humildade...
Acho melhor eu ensaiar um pouco...
Como é que eu peço isso?
Sei que a Páscoa já passou faz quatro dias,
mas...
EU QUERO RESSUSCITAR!!!
Gotas:
JF de Souza
quarta-feira, abril 11, 2007
eu preciso deixar
que meus pensamentos
respirem algum ar
no meio desse amor
cheio de promessas
reais e possíveis...
esses pensamentos
que me estendem ao solo,
aquecendo o meu peito
e me tirando o sono...
pensamentos que insistem
em velar segredos,
alimentar desejos
e nutrir nossa alma...
esses pensamentos-metade
que compartilhamos de dia...
esses pensamentos-verdade
que declaramos à noite...
meus pensamentos tão seus...
seus pensamentos tão meus...
suspiro, então,
pensamentos
de duas vidas
em comunhão...
que meus pensamentos
respirem algum ar
no meio desse amor
cheio de promessas
reais e possíveis...
esses pensamentos
que me estendem ao solo,
aquecendo o meu peito
e me tirando o sono...
pensamentos que insistem
em velar segredos,
alimentar desejos
e nutrir nossa alma...
esses pensamentos-metade
que compartilhamos de dia...
esses pensamentos-verdade
que declaramos à noite...
meus pensamentos tão seus...
seus pensamentos tão meus...
suspiro, então,
pensamentos
de duas vidas
em comunhão...
Gotas:
Nanna
terça-feira, abril 10, 2007
Pois é...aí vocês perguntam: "o que é que ela faz aqui?"....Múcio querido, volta logo, não se preocupem...até lá, tenho a hercúlea tarefa de postar algo sem espantar, nesse tempo, todos os seus leitores...vamos ver o que é que vem né, gente?....
Sem-motivos do gostar
Quisera ele saber
d’onde é que brotava
aquele amor inexato.
Jamais entendera.
Só o que sabia é que
o rosto dela tinha som
de flauta doce em sol,
que embalava sua alma,
fazendo ninar o coração.
Jamais entendera tanto,
nem muito mais além.
Mesmo assim o amor
musicava suas tardes e
as propagava em cada
som-silêncio do gostar.
Sem que ele entendesse.
Só então apreendera
que entender era nada
desde que o sentir
pairasse feito a nota
que brotava cada vez
que seu olhar tocava
de leve o rosto dela.
Quisera ele saber
d’onde é que brotava
aquele amor inexato.
Jamais entendera.
Só o que sabia é que
o rosto dela tinha som
de flauta doce em sol,
que embalava sua alma,
fazendo ninar o coração.
Jamais entendera tanto,
nem muito mais além.
Mesmo assim o amor
musicava suas tardes e
as propagava em cada
som-silêncio do gostar.
Sem que ele entendesse.
Só então apreendera
que entender era nada
desde que o sentir
pairasse feito a nota
que brotava cada vez
que seu olhar tocava
de leve o rosto dela.
Luzzsh
segunda-feira, abril 09, 2007
.quase
Abri o peito
Expus a ferida
Sim, ela sangrava.
No corte profundo
O latejo... dia após dia
A dor não é finda
E nela brota rima,
Verso
E quase prosa.
Árvore frondosa
Meu recanto e morada.
Moro no corte
Alimento-me da dor.
Expus a ferida
Sim, ela sangrava.
No corte profundo
O latejo... dia após dia
A dor não é finda
E nela brota rima,
Verso
E quase prosa.
Árvore frondosa
Meu recanto e morada.
Moro no corte
Alimento-me da dor.
Gotas:
Aline
domingo, abril 08, 2007
MOSQUETEIRO
Por que, por que,
por que você vem blasé
se vai batom glacê?
A troco de que
esse trôpego quê,
seu ar de suflê,
esse engasgue bouquet?
En garde, meu bem?
Touché!
por que você vem blasé
se vai batom glacê?
A troco de que
esse trôpego quê,
seu ar de suflê,
esse engasgue bouquet?
En garde, meu bem?
Touché!
Gotas:
Leandro
sábado, abril 07, 2007
Minha queridíssima amiga Ady Cavalcante.
Poetisa bissexta, contista e artista de natureza.
Abandonou a poesia como amante enfastiado que abandona a mulher que sempre o amou.
Mas que enche sua prosa com poesia de primeira. Agora com um endereço a mais, quem sabe não retorne com os versos?
Aqui:
http://adycavalcante.blogspot.com
E aqui:
http://breveshistorias.zip.net
E aqui, um retrato breve porém contundente de seu talento:
A cura
Fizeram novena
Fizeram macumba
Até romaria
Lá pro Vaticano
Pra Santo Expedito
Promessa se fez
Oraram em coro
Pra não mais sofrer
Tanto pediram
Tanto rezaram
Que conseguiram
A dor de amor
Que mata, judia
É fera domada
Leão desdentado
É cão velho cego
Não late
Não morde
Nem cócegas faz
Não há mais tristeza
De amor não se morre
Não há mais poetas
Loucos desvairados
Nem quadros pintados
Com cores febris
São homens sensatos
Mulheres prudentes
Não sofrem, não sentem
Que vidas maçantes
Vivem sem amor
Poetisa bissexta, contista e artista de natureza.
Abandonou a poesia como amante enfastiado que abandona a mulher que sempre o amou.
Mas que enche sua prosa com poesia de primeira. Agora com um endereço a mais, quem sabe não retorne com os versos?
Aqui:
http://adycavalcante.blogspot.com
E aqui:
http://breveshistorias.zip.net
E aqui, um retrato breve porém contundente de seu talento:
A cura
Fizeram novena
Fizeram macumba
Até romaria
Lá pro Vaticano
Pra Santo Expedito
Promessa se fez
Oraram em coro
Pra não mais sofrer
Tanto pediram
Tanto rezaram
Que conseguiram
A dor de amor
Que mata, judia
É fera domada
Leão desdentado
É cão velho cego
Não late
Não morde
Nem cócegas faz
Não há mais tristeza
De amor não se morre
Não há mais poetas
Loucos desvairados
Nem quadros pintados
Com cores febris
São homens sensatos
Mulheres prudentes
Não sofrem, não sentem
Que vidas maçantes
Vivem sem amor
quinta-feira, abril 05, 2007
Manhã de Lua
por Keila Sgobi
Que cor estranha de amanhecer
cor de bola-de-fogo reluzente
para aquecer a cidade gelada
e queimar-lhe os horrores e dores
diuturnos
Relâmpagos cortam o horizonte
tomado por um cinza-chumbo
apocalíptico.
É o caos!
A chuva lavou a cidade para seu derradeiro fim
A luz amarela fica cada vez mais
forte
o horizonte-chumbo cada vez mais
próximo
o fim cada vez mais
real
enquanto humanos-formiga
zumbizando pelas ruas
dirigem-se à morte cotidiana
------------------------------------------------
De repente, o amarelo torna-se
violeta
que torna-se
lilás
reanimando o dia de céu
enraivecido
de face reluzente, sem
ouvir o estampido
e as formigas-zumbis
continuam seu caminho
enquanto o horizonte-limbo se apresenta
cada vez mais
próximo
-------------------------------------------------
Tipim fica aguardando a água da
chuva
para lavar os pensamentos da noite
imunda
e observar os raios que poderiam rachar-lhe a
cuca
Vêm as primeiras gotas da chuva
umedecer a rua soturna
Ao longo desse caminho há muitas pedras... Há muita poesia. Pedras polidas. Isso são os escritos de Keila Sgobi. Teus belos escritos costumam me fazer olhar com outros olhos para as pedras do meu próprio caminho... Gosto do estilo desta mulher...
Tanto gosto do estilo dela, que meu escrito de estréia neste blog é um plágio descarado deste dela que coloco aqui...
Apreciem!
Pra quem quiser, há mais pedras polidas neste vasto caminho:
Sobre Caminhos e Pedras
Que cor estranha de amanhecer
cor de bola-de-fogo reluzente
para aquecer a cidade gelada
e queimar-lhe os horrores e dores
diuturnos
Relâmpagos cortam o horizonte
tomado por um cinza-chumbo
apocalíptico.
É o caos!
A chuva lavou a cidade para seu derradeiro fim
A luz amarela fica cada vez mais
forte
o horizonte-chumbo cada vez mais
próximo
o fim cada vez mais
real
enquanto humanos-formiga
zumbizando pelas ruas
dirigem-se à morte cotidiana
------------------------------------------------
De repente, o amarelo torna-se
violeta
que torna-se
lilás
reanimando o dia de céu
enraivecido
de face reluzente, sem
ouvir o estampido
e as formigas-zumbis
continuam seu caminho
enquanto o horizonte-limbo se apresenta
cada vez mais
próximo
-------------------------------------------------
Tipim fica aguardando a água da
chuva
para lavar os pensamentos da noite
imunda
e observar os raios que poderiam rachar-lhe a
cuca
Vêm as primeiras gotas da chuva
umedecer a rua soturna
Ao longo desse caminho há muitas pedras... Há muita poesia. Pedras polidas. Isso são os escritos de Keila Sgobi. Teus belos escritos costumam me fazer olhar com outros olhos para as pedras do meu próprio caminho... Gosto do estilo desta mulher...
Tanto gosto do estilo dela, que meu escrito de estréia neste blog é um plágio descarado deste dela que coloco aqui...
Apreciem!
Pra quem quiser, há mais pedras polidas neste vasto caminho:
Sobre Caminhos e Pedras
Gotas:
JF de Souza,
Semana de Convidados
quarta-feira, abril 04, 2007
(Des)soneto
Ah, amor incontido, penetrante
Amor não correspondido, distante
Sonho perfeito, pela mágoa desfeito
Profunda saudade, incondicional,
Ah, amor inconsciente, permanente
Amor não permitido, pleno, ausente
Sonhos desfeitos, pela mágoa imperfeita
Saudade que esmaga, angustia
Sólido amor, impossível
Destinos cruzados
Caminhos interrompidos
Hora incerta, amor tardio
Perfeito sonho imperfeito
Saudade, amor ausente
Ricardo Rayol
_____________________________________________________
Seus escritos têm a cor da força, têm o cheiro intenso, têm o gosto de todos os sentidos... Adoro o que ele escreve, aqui !!! Ricardo Rayol, meu convidado dessa semana. Permitam-se descobrir qual é cor das suas letras... :)
Amor não correspondido, distante
Sonho perfeito, pela mágoa desfeito
Profunda saudade, incondicional,
Ah, amor inconsciente, permanente
Amor não permitido, pleno, ausente
Sonhos desfeitos, pela mágoa imperfeita
Saudade que esmaga, angustia
Sólido amor, impossível
Destinos cruzados
Caminhos interrompidos
Hora incerta, amor tardio
Perfeito sonho imperfeito
Saudade, amor ausente
Ricardo Rayol
_____________________________________________________
Seus escritos têm a cor da força, têm o cheiro intenso, têm o gosto de todos os sentidos... Adoro o que ele escreve, aqui !!! Ricardo Rayol, meu convidado dessa semana. Permitam-se descobrir qual é cor das suas letras... :)
terça-feira, abril 03, 2007
Telespectatriz
Gosto de escrever sobre a luz e o dia
de escrever sob essa lua vadia
gosto de inventar desatinos
desvarios em desatada euforia
ser da terna e eterna alegria
como se fora essa a última vez
antes da aurora iminente e tardia.
A mesma, que me esvairá em mel
em fel, em léu, dependendo
do que me coloca às mãos
se é que consigo algo traria.
Agrada imaginar-me alegoria.
Gosto de participar do mundo
e não viver à parte, à revelia;
gosto de fazer mover a roda
engenhosa ciranda de gentes
ardores, paixões e histeria
metades somando-se
inteiras lisuras, canduras
intensidades e misturas
densidades e alturas
vilezas mais e menos puras
metade luz, metade dia
metade noite, água fria
metade verde e sua sangria.
Desejo viver, morrer, fazer parte
da história de uma outra outrora.
(Mesmo sabendo que às vezes
eu só caiba nesse mundo
se for assistindo, do lado de fora).
Hoje trago aqui uma pessoa que dispensa apresentações: Luzzsh. Escritora e Poeta, assim, em “caps lock”. Sua Prosa carregada de sagacidade, sua Poesia de alma exposta. Difícil sair de seu blog sem pensar. Difícil ler uma só vez. Amiga cada dia mais querida, amada. Seu codinome é mero adereço perto do que de fato transmite com suas letras. Luzzsh é algo assim, como um sol que esqueceu de apagar.
Mais do mesmo aqui: www.lumevagante.blogspot.com
segunda-feira, abril 02, 2007
Esses dias de silêncio
Hj tenho a alegria de trazer um rapaz que tornou-se amigo, necessário e muito especial em minha vida, o queridíssimo Alexandre Guerra. Dentre suas várias poesias, escolhi Esses dias de silêncio, uma das que mais gosto...Muito mesmo!
Para conhecer mais do Alexandre visite atrás da porta. Tenho certeza de que irão se apaixonar assim como me apaixonei um dia.
[...]
O que fica gravado no ouvido
Aquilo que fica deitado no colo
A batida do pé no chão não demora
A boca cantando bem alto lá fora
Canção que eu não esqueci
Samba canção pra você de mim
Sou eu aqui pedindo atenção
Nesse meu jeito calado de canto
Desse meu jeito sambado de branco
Cintura dura de pouco balanço malandro
Mas eu vou mesmo de lado, calado, chamando
Te chamo porque amo um tanto
É que sou mesmo assim
De muito olhar e pouco falar
Essa é a verdade do meu silêncio
O meu silêncio só quer te escutar.
[...]
domingo, abril 01, 2007
(nada)*
As águas como as mágoas
Passeiam pelas anáguas
Das moças da cidade
Que vertem seus olhos
Aos rios que nela deságuam
As águas como as anáguas
Entregam-se aos igarapés
Encharcam-se de mundo
Mergulham até o fundo
Pra voltar à tona
Secam.
As mágoas e as anáguas
Apertam as carnes
Sufocam a alma
Por-que tudo que queriam
Era não existir.
Larissa Marques
* Este poema abre o capítulo "(nada)" do livro "Entre o negro e o nada" da excelente escritora e amiga Larissa Marques. Sábado passado tive a alegria de comparecer ao seu lançamento na Casa Das Rosas em São Paulo e conhecer pessoalmente essa moça de palavras de tanta força.
Conforme diz a divulgação da obra, que recomendo aqui, "é um relato frenético, de desventuras reais ou não, sob um olhar existencialista."
Além disso é criadora da zine poética Bagaceira que tive o prazer de participar e de muitos outros agitos que os interessados poderão descobrir em:
Site Oficial Larissa Marques
bagaceira
Calamidade Visceral
Caleidoscópios
Dialética do Frenesi
Between black and nil
Coluna no Fotoclube/508
Coluna Rádio Pop Mix
Manufatura
Na cozinha com a Vovó
Usina das Palavras
Passeiam pelas anáguas
Das moças da cidade
Que vertem seus olhos
Aos rios que nela deságuam
As águas como as anáguas
Entregam-se aos igarapés
Encharcam-se de mundo
Mergulham até o fundo
Pra voltar à tona
Secam.
As mágoas e as anáguas
Apertam as carnes
Sufocam a alma
Por-que tudo que queriam
Era não existir.
Larissa Marques
* Este poema abre o capítulo "(nada)" do livro "Entre o negro e o nada" da excelente escritora e amiga Larissa Marques. Sábado passado tive a alegria de comparecer ao seu lançamento na Casa Das Rosas em São Paulo e conhecer pessoalmente essa moça de palavras de tanta força.
Conforme diz a divulgação da obra, que recomendo aqui, "é um relato frenético, de desventuras reais ou não, sob um olhar existencialista."
Além disso é criadora da zine poética Bagaceira que tive o prazer de participar e de muitos outros agitos que os interessados poderão descobrir em:
Site Oficial Larissa Marques
bagaceira
Calamidade Visceral
Caleidoscópios
Dialética do Frenesi
Between black and nil
Coluna no Fotoclube/508
Coluna Rádio Pop Mix
Manufatura
Na cozinha com a Vovó
Usina das Palavras
Gotas:
Leandro,
Semana de Convidados
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