As águas como as mágoas
Passeiam pelas anáguas
Das moças da cidade
Que vertem seus olhos
Aos rios que nela deságuam
As águas como as anáguas
Entregam-se aos igarapés
Encharcam-se de mundo
Mergulham até o fundo
Pra voltar à tona
Secam.
As mágoas e as anáguas
Apertam as carnes
Sufocam a alma
Por-que tudo que queriam
Era não existir.
Larissa Marques
* Este poema abre o capítulo "(nada)" do livro "Entre o negro e o nada" da excelente escritora e amiga Larissa Marques. Sábado passado tive a alegria de comparecer ao seu lançamento na Casa Das Rosas em São Paulo e conhecer pessoalmente essa moça de palavras de tanta força.
Conforme diz a divulgação da obra, que recomendo aqui, "é um relato frenético, de desventuras reais ou não, sob um olhar existencialista."
Além disso é criadora da zine poética Bagaceira que tive o prazer de participar e de muitos outros agitos que os interessados poderão descobrir em:
Site Oficial Larissa Marques
bagaceira
Calamidade Visceral
Caleidoscópios
Dialética do Frenesi
Between black and nil
Coluna no Fotoclube/508
Coluna Rádio Pop Mix
Manufatura
Na cozinha com a Vovó
Usina das Palavras
10 comentários:
Obrigada, meu querido! A satisfação é toda minha! Beijo grande e prazer enorme conhecê-lo pessoalmente, já que sua essência conheço há tempos!
Larissa Marques.
belo, muito belo!
parabéns, Jardim, pela escolha sempre certeira!
Adoro essa moça e o livro dela também...
"Existem alguns tipos de mares, vejo muitos cultivarem os de lágrimas dentro de si para
afogarem-se ou para tornarem-se ilhas... Bem, tenho mais (a)finidade ao lavar o (i)mundo, com os de suor..."
Beijão Lari...
Gosto muito da poesia da Larissa!
Parabéns Jardim pela escolha.
Beijos aos dois! :)
Maravilhoso, e olha que é postagem em primeiro de abril, hein?
Parabéns Larissa!
Larissa é uma grande amiga e escritora......também tive o prazer de conhece-la no mesmo dia, na Casa das Rosas.Seu livro é poderoso desde o ínicio e nos convida a um mergulho ao qual sabemos que não sairemos os mesmos..............deste poema me identifico e gosto mais do trecho:
"As mágoas e as anáguas
Apertam as carnes
Sufocam a alma
Por-que tudo que queriam
Era não existir.'
muito lindo
Parabéns ao belo blog tb,está adicionado aos meus favoritos!
bjos
Perfeita escolha.
Já conhecia o trabalho de Larissa, gosto muito!
Beijos pros dois :D
Boa demais essa revelação. Mas a Clarissa é muito forte para ler só esses versos. E a sua apresentação foi belíssima.
Bjos pros dois.
^.^
Ah Larissa... muito bom este poema, já conhecia! e sempre bom rever/ler bons poemas!
belo.
bjsss
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